Em tempos que NX Zero e Fresno representam o rock na nova geração, onde a palavra “atitude” virou chavão de propaganda de refrigerante e a juventude se resume a um episódio da Malhação, é sempre bom ouvir um disco que realmente representou - e para alguns bons ouvintes ainda representa – o que é um retrato do que é fazer algo apenas com a necessidade de expor suas necessidades artísticas e opinativas e não mercadológicas. Diversas bandas do rock dos anos 80 fizeram isso com louvor – Plebe Rude, Engenheiros do Hawaii, Titãs e por aí vai -, outras nem tanto – “Uma Barata Chamada Kafka”, alguém? -, mas dentre tantas, a que realmente nadava contra maré era a banda Ira!, mais especificamente com o disco ultra-mega-hiper-psicodelico “Psicoacútisca”.
Dentre minhas inúmeras confissões postadas neste blog (que não são poucas), esta é a mais sincera: sou um órfão do Ira!. Simplesmente foi o primeiro show de rock que assisti, foi o primeiro disco que comprei com meu suado dinheirinho e foi o exemplo de grupo que eu sempre vou seguir, e ao ouvir um disco tão controverso como este me faz pensar porque o mundo é tão injusto. Afinal, Ira!, Beatles e Mutantes acabam enquanto outras tantas bandas formadas em agências de modelos persistem em sua caminhada rumo ao fim do rock’n’roll.
Confissões à parte, vamos ao disco: Psicoacústica, lançado em 1987, foi o álbum da contracultura para o Ira!. Eles vinham de um sucesso acachapante do trabalho anterior, “Vivendo e Não Aprendendo”, e com isso seria óbvio se eles seguissem a mesma pegada no próximo disco para garantir a féria. Mas eles foram contra tudo e todos, antes mesmo do Los Hermanos com seu “Bloco do Eu Sozinho”. O disco dos paulistanos teve de tudo, desde sampler (“Rubro Zorro”, “Pegue Esta Arma”), sendo um dos primeiros – senão os primeiros – a usar esta técnica no país, até um flerte com o rap (“Advogado do Diabo”). Brincaram até com a capa 3D do disco, que vinha com um óculos especial. Tudo foi experimental nesta obra.
Resultado: muito criticado, pouco ouvido e só redescoberto anos depois. Tornou-se tão influente que até Chico Science confessou em uma entrevista que o disco ajudou a moldar sua idéia na criação do movimento Mangue Beat, tanto é que a Nação Zumbi tocava “Advogado do Diabo” na turnê de seu primeiro disco.
São apenas 9 músicas, mas que valem por um disco duplo. Vale a pena conferir esta obra prima. Nem que seja só pra encher o saco do seu vizinho emo enquanto ele assiste a Malhação.
Dentre minhas inúmeras confissões postadas neste blog (que não são poucas), esta é a mais sincera: sou um órfão do Ira!. Simplesmente foi o primeiro show de rock que assisti, foi o primeiro disco que comprei com meu suado dinheirinho e foi o exemplo de grupo que eu sempre vou seguir, e ao ouvir um disco tão controverso como este me faz pensar porque o mundo é tão injusto. Afinal, Ira!, Beatles e Mutantes acabam enquanto outras tantas bandas formadas em agências de modelos persistem em sua caminhada rumo ao fim do rock’n’roll.
Confissões à parte, vamos ao disco: Psicoacústica, lançado em 1987, foi o álbum da contracultura para o Ira!. Eles vinham de um sucesso acachapante do trabalho anterior, “Vivendo e Não Aprendendo”, e com isso seria óbvio se eles seguissem a mesma pegada no próximo disco para garantir a féria. Mas eles foram contra tudo e todos, antes mesmo do Los Hermanos com seu “Bloco do Eu Sozinho”. O disco dos paulistanos teve de tudo, desde sampler (“Rubro Zorro”, “Pegue Esta Arma”), sendo um dos primeiros – senão os primeiros – a usar esta técnica no país, até um flerte com o rap (“Advogado do Diabo”). Brincaram até com a capa 3D do disco, que vinha com um óculos especial. Tudo foi experimental nesta obra.
Resultado: muito criticado, pouco ouvido e só redescoberto anos depois. Tornou-se tão influente que até Chico Science confessou em uma entrevista que o disco ajudou a moldar sua idéia na criação do movimento Mangue Beat, tanto é que a Nação Zumbi tocava “Advogado do Diabo” na turnê de seu primeiro disco.
São apenas 9 músicas, mas que valem por um disco duplo. Vale a pena conferir esta obra prima. Nem que seja só pra encher o saco do seu vizinho emo enquanto ele assiste a Malhação.
Comece agora: http://br.youtube.com/watch?v=DLivLshU8QU
2 comentários:
Muito bem colocadas as palavras, mas grandes culpados dessa poluição sonora somos nos, que ficamos presos aos anos 80's.
Acompanho bem de perto bandas nascendo e morrendo a todo momento,bandas boas com idéias legais,acabam porque o publico não quer saber de bandas que não tem um Rick Bonadil nas costas ou Tocadobandido ou Miranda, Temos um bando de caras féras que são obrigados a fazer shows na Europa porque no Brasil ninguém tem a moral de ir velos até que um gringo dizer que é bacana.
Por isso deixo de lado a musica, Priorizo as Prioridades como diz o Bnegão e estou ouvindo no momento bem propicio Anarquia Corporation....
Ah!!! desculpe-me por me intrometer, eu sou outra viuva do ira e hoje o ira é mais uma das bandas que me decepcionou dos anos 80, Como outras que vc mencionou.
Abraços postem mais vezes já sou amante do blog,não comento muito por que jornalistas me dão medo.
Ate o proximo post.
Cara jornalistofóbica:
Impossível deixar de dizer... búúúú!!!
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